Chamada para envio de artigos para a 3ª ed.
Dossiê: História do Rio Grande do Norte: temporalidades e intepretações
O Rio Grande encontra-se elencado entre as regiões mais antigas de colonização europeia das Américas. Ainda no século XVI recebeu em seu litoral marco de posse da Coroa portuguesa, já no século XVII foi território da América holandesa, chegando ao século XVIII como teatro do extermínio indígena durante a Guerra dos Bárbaros. Em meados dos anos setecentistas a região foi nomeada Rio Grande do Norte, consequência dos acordos diplomáticos entre as Coroas ibéricas que disputavam territórios no sul do continente.
Apesar de não ter sido um produtor de açúcar em larga escala e não possuir um porto atlântico, o Rio Grande do Norte conheceu a pratica da escravidão africana no litoral e nos sertões, sob o domínio administrativo e judiciário de outras capitanias a região supracitada esteve representada em sedições liberais como, a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador em 1824. Revoltas de cunho republicano que se consubstanciaram diferentemente da afamada inconfidência mineira de 1789.
Durante o agitado e conflituoso século XIX, a terra onde nasceu Dom Antônio Felipe Camarão, vivenciou epidemias de cólera que assolavam todo o território imperial do Brasil, além do surgimento dos cemitérios, a construção da torre da igreja matriz da cidade do Natal, o desenvolvimento da cotonicultura e da malha ferroviária. Para mais, o fluxo de miseráveis que fugiam das secas nos sertões em direção ao litoral, seguido dos motins da fome na povoação de Mossoró. Neste último caso, era o povo depauperado do Rio Grande do Norte demonstrando sua capacidade de organização, pressão e negociação com os representantes do Imperador Dom Pedro II.
Os anos oitocentistas apagariam suas luzes com a proclamação da República (1889), que traria o sol da modernidade para a província do Rio Grande do Norte, especificamente para a capital: o teatro, o bonde elétrico, a ponte metálica e a expansão planejada da Cidade do Natal, mas sobretudo a multiplicação dos pobres, dos miseráveis e excluídos descendentes de escravos e indígenas secularmente explorados, que se espalhariam pelos morros, arrabaldes e periferias por todo século XX.
A partir desta longa história marcada por ocupações, conflitos, exploração e resistência, somada às múltiplas possibilidades de interpretações do passado humano, vinculadas a novas metodologias e propostas teóricas, é que a Revista Galo convida a todos os pesquisadores e estudiosos a colaborarem com a proposta do Dossiê - História do Rio Grande do Norte: temporalidades e interpretações. Serão recebidas colaborações no formato de artigos no campo da história social, política, econômica e cultural, considerando também os estudos no âmbito da história da arte e da educação.
O prazo de envio é 15 de abril de 2021 e a previsão de publicação é junho de 2021. A organização desse dossiê é do Prof. Dr. Thiago do N. T. de Paula.
Para submeter sua proposta, mande um e-mail para revistagalo@yahoo.com ou para contato@revistagalo.com.br com o título (assunto) “Proposta de artigo para 3ª ed.”. Para mais informações, leia nossas regras de submissão.