Capa da Revista Galo Nº 5 de 2022
Dossiê: História dos Sertões Ano 3, nº 5 jan./jun. de 2022
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Os discursos produtores dos sertões do Seridó: José de Azevêdo Dantas e Oswaldo Lamartine de Faria

Resumo: A tessitura deste texto que ora se apresenta tem como finalidade discutir a análise do discurso (CERTEAU, 1982) percebendo que aquele possui uma intencionalidade conforme a intuito do enunciador. De tal maneira, que as práticas discursivas tornam-se um meio social de poder (FOUCAULT, 1996). Ao partir desse entendimento, buscou-se analisar os discursos gestados sobre os sertões do Seridó, nas primeiras décadas do século XX, entendendo que estes se constituem de jogos de interesse e promovem uma identidade ao lugar ou a sociedade proclamada. Para tanto, analisamos os discursos de José de Azevêdo Dantas contidos em seus jornais O Raio e O Momento e os discursos anunciados por Oswaldo Lamartine de Faria em uma entrevista que o mesmo concedeu a amigos próximos (CAMPOS, 2001) como aquele percebia e representava os sertões do Seridó. Pode-se averiguar que cada agente social produziu um sertão ao seu ponto de vista e aos interesses que aqueles almejavam. O sertão tornou-se sertões (AMADO, 1995), tendo em vista que, ele se modifica conforme a ação dos agentes discursivos.

Palavras-chave: Análise do discurso. Sertões do Seridó. José de Azevêdo Dantas. Oswaldo Lamartine de Faria.

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