Capa da Revista Galo Nº 5 de 2022
Dossiê: História dos Sertões Ano 3, nº 5 jan./jun. de 2022
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A musicalidade de Felinto Lúcio Dantas nos sertões do Rio Grande do Norte: memória perene

Resumo: A escrita que ora se apresenta tem como finalidade discutir a musicalidade de Felinto Lúcio Dantas nos sertões do Rio Grande do Norte como um meio de gestar o espaço através da visibilidade e dizibilidade da música (ALBUQUERQUE JR., 2011). Neste caso, os sertões são entendidos enquanto um meio no qual estava distante do litoral, e que não raras às vezes, era percebido como um lugar de atraso se comparado com as áreas litorâneas (ARRUDA, 2000). De modo que, nossa abordagem visa arrozar como as músicas e composições de Felinto Lúcio Dantas extrapolam o espaço do atraso, os sertões, e ganha notoriedade, no meio civilizado e culto, dos grandes centros do Brasil, como Rio de Janeiro, Pernambuco e, até mesmo, lugares da Europa. Como também, qual é a memória gestada, atualmente, pelos agentes sociais que praticam os sertões do citado Estado sobre a musicalidade de Felinto Lúcio Dantas. Para tanto, recorremos a análise de uma bibliografia especializada (DANTAS, 2007), (LIMA; OLIVEIRA, 2019), assim como, ao uso de entrevistas com familiares e pessoas que conhecem as composições de Felinto Lúcio. Podemos averiguar que o nosso personagem povoa a mentalidade dos que praticam os sertões do Rio Grande do Norte. Considerado como um artista consagrado na dita espacialidade.

Palavras-chave: Felinto Lúcio Dantas. Musicalidade nos sertões do Rio Grande do Norte. Memória. Identidade.

Referências

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